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Como mudar o mundo

Atualizado: 9 de jun. de 2022


mulher se abraçando, amor próprio


A nossa vida é uma gangorra de emoções. Nesse sobe-e-desce, há dias em que ficamos exaustos por não permanecermos pelo menos um pouquinho mais na parte de cima dessa grande aventura que é a vida. Quando achamos que tudo está calmo, lá vem mais uma “bordoada” que nos deixa tontos, e reflexivos. Será que isso não acaba nunca? Se analisarmos nossa jornada, desde que éramos pequeninos, parece que não. É como disse o Mestre de Nazaré: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8:20).


Nesse estresse por que passamos diante dos obstáculos da vida, sempre acabamos buscando algum responsável pelas nossas frustrações: o governo, nosso empregador, algum familiar, o clima, as doenças, não importa quem ou o quê! Olhamos para as adversidades e perguntarmo-nos POR QUE temos que passar por elas, o que nos leva a pôr nosso foco no problema, e não em sua solução. Enfim, queremos sempre que o mundo mude para que possamos encontrar a tal da felicidade. Se essa de fato é a solução, como poderíamos mudar o mundo?


Vamos partir da ideia de que, para todos nós que vivemos neste planeta, só há um mundo... acho que disso ninguém discorda. Mas tive uma conversa com um amigo nesta semana e passei a refletir sobre isso de um jeito diferente. Ele me contara que fora acometido por uma doença inusitada que o deixara de cama durante três semanas, o que o havia impedido de trabalhar, de se alimentar e, por causa das dores que essa moléstia lhe infligira, sequer podia ler ou ouvir algo para se distrair. Foi uma jornada extremamente desafiadora para uma pessoa tão ativa.


Depois que descobriu o agente causador de tanto sofrimento, foi medicado e já voltou à ativa. Enquanto ele me contava tudo isso, no entanto, fiquei me imaginando naquele mundo que existiu na cabeça de meu amigo durante essas três semanas e que não existe mais, a não ser em suas memórias. Sem vê-lo durante esse tempo de convalescença, mal sabia que essa realidade existia. Refleti, então, que, embora vivamos em um único mundo físico, cada um vive sua própria existência, seu próprio mundo, totalmente independente da realidade das outras pessoas.


Isso talvez responda à pergunta acima. Sim, é possível mudar o mundo, mas não o mundo que dividimos com as pessoas neste planeta, mas aquele que criamos em nossa Mente. O mais fantástico dessa simples história contada acima é que, embora ele tenha vivido dor, sofrimento e angústia, eu mal tinha ideia de tudo o que ele passara. Ou seja, no meu mundo, outra realidade ocorria: a realidade que minha Mente criava naquele momento da minha existência. Se eu estivesse na situação do meu amigo — e isso é totalmente plausível — será que criaria uma realidade como a dele?


Certamente eu, você e outras pessoas criássemos versões completamente diferentes da que meu amigo criou. Talvez algumas pessoas entrassem em puro desespero e intensificassem ainda mais os sintomas em seu corpo; talvez outras não se relacionassem com a doença de modo tão profundo e procurassem levar uma vida da melhor maneira possível. Isso nós nunca iremos saber, porque não temos como julgar como as pessoas lidam com seus obstáculos: como se fosse uma tragédia ou uma simples prova que a vida lhe apresenta.


Ouvi uma história dia desses que talvez nos traga mais uma pitada de reflexão sobre a vida.


Um rei — admirador da arte e da vida — lançou um desafio aos artistas que residiam em seus vastos domínios. Pediu que pintassem um quadro que retratasse de forma ímpar o que para eles significava a paz de espírito. Muitos quadros chegaram e, um a um, foram avaliados pelo rei com muito carinho. O rei descartava alguns automaticamente, e outros, analisava com muito critério, buscando detalhes que o ajudassem na escolha. No final, dois deles foram selecionados.


Um representava a paz através de uma paisagem límpida e pacífica: um rio de águas cristalinas e translúcidas, ladeado por belas árvores frondosas de um verde encantador; revoadas de pássaros davam um movimento intenso àquela verdadeira obra de arte. O outro quadro era um tanto obscuro. Anunciava a chegada de uma impetuosa tempestade sobre um rio caudaloso de águas turvas e inquietas. O movimento das árvores acentuava o clima carregado. Postas uma ao lado da outra, as obras eram uma verdadeira antítese entre si.


O rei, então, chamou as pessoas mais próximas e pediu que elas escolhessem uma daquelas obras de arte. Solicitou delas muito critério. Pediu que elas escrevessem num pedaço de papel sua escolha e o porquê de sua decisão. Alertou-as, no entanto, que já tinha feito sua escolha, mas gostaria de ouvir os pontos de vista de todos os presentes. Depois de ler todos os votos, a decisão foi unânime: o quadro que trazia a paisagem mais pacífica visualmente venceu. As justificativas giravam em torno da paz que aquela imagem transmitira a todos os presentes.


Surpreendentemente, o rei anunciou que daria o prêmio ao outro quadro. Houve um alarido na plateia, interrompida por golpes duros e secos do suntuoso cetro real no chão. O rei, sob o olhar curioso de todos, começou a tecer sua justificativa: “Estão vendo aquela mãe alimentando seus filhotes alegremente naquela árvore?”, apontou para a parte superior do quadro. “A vida não é um mar de rosas, nem para um rei; mas, se quisermos ter paz em nossos corações, deveremos buscá-la principalmente nos momentos de turbulências.” Sob uma chuva de aplausos, o rei premiou o autor da obra vencedora.


Portanto, é preciso assumir a responsabilidade pelo mundo que criamos em nossa Mente, mesmo nas maiores adversidades. É lá que tudo começa. Faça o exercício de prestar atenção às suas reações naqueles momentos em que se sentir desconfortável emocionalmente. Reclamar e pôr a culpa no mundo não vai resolver seus problemas. Pergunte-se: “PARA QUE isso está acontecendo em minha vida?”; “O que a vida quer me ensinar com essa dificuldade?”. Observe que, nesse caso, seu foco está na busca da solução dos seus problemas.


 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

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