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Como reprogramar-se no dia a dia?


mulher se abraçando, amor próprio

Nos programas de computador, há uma lógica em seu funcionamento baseada na simplicidade do binarismo 0/I. Mas esses programas não funcionam sozinhos: alguém precisa acioná-los e controlá-los. O que pode acontecer é que o programa seja infectado por algum vírus ou comece a apresentar problemas em sua programação. Por mais que o operador saiba usá-lo, ele não atingirá a sua melhor performance.


Nossa Mente pode ser comparada ao pacote de softwares que um computador traz e que permite a essa máquina ser funcional e eficaz. A esses programas gostamos de chamar Partes. Cada Parte é responsável por um comportamento. Em algum momento, foi programada e cada vez que é acionada por nós, operadores, entra em funcionamento com sua lógica própria, associada aos sentimentos e sensações.


Quando nossas Partes não têm sido eficazes — a exemplo de um software com defeito ­— podemos reprogramá-las? A resposta é um sonoro “sim”. Temos trabalhado com isso há quase 15 anos e podemos afirmar que chegamos a resultados fantásticos com nossos clientes. Mas vamos ser mais específicos nesse questionamento: podemos reprogramar essas Partes de nossa Mente sozinhos, em nosso cotidiano?


Para responder a essa pergunta, gostaria de contar uma conversa que tive com um grande amigo. É natural que as pessoas, sabendo que trabalhamos com reprogramação mental, troquem ideias conosco a respeito desse tema. E nós amamos conversar sobre isso. Esse amigo é um grande buscador e vem formulando importantes questionamentos acerca da vida. Ele fez exatamente a pergunta acima, baseando-se numa situação ocorrida com ele.


Conta ele que, ao começar em um trabalho novo, passou a conviver com um outro profissional que tinha uma característica bastante peculiar (mas não incomum): ela era “o dono da verdade”, como meu amigo mesmo relatara. Não lhe dava espaço para opinar e sempre achava que o jeito como ele resolvia os problemas no trabalho eram os certos. Aquilo passou a incomodá-lo bastante. Como ele vinha estudando bastante sobre o Ego, tomou consciência que o problema não estava no outro, mas nele mesmo.


Passou a meditar a respeito e percebeu semelhanças em suas reações com a sua filha. Ela sempre o desafiara com seu jeito desdenhoso de lidar com as situações conflituosas, mas, com o tempo, foi percebendo que era somente um julgamento de sua Parte. Será que ela estaria desprezando mesmo as suas recomendações de pai, ou era apenas o modo como ela lidava com os conflitos: sem dar o valor gigantesco que ele lhe atribuía? Era o Ego falando mais alto ou teria que se impor mesmo, já que era sua função, de acordo com o seu Mapa Mental?


Com o tempo, foi percebendo que precisava “relaxar mais” diante do comportamento dela. Afinal, ela não deveria fazer por mal. Não que ele tivesse ficado totalmente livre dessas reações. Percebam você, no entanto, que ela já estava fazendo um “upgrade” em seu programa. Aquela Parte da Mente que remoía sentimentos e sensações negativas já estava aprendendo que “sabia que não sabia” lidar com pessoas que desdenhavam de suas opiniões (Leia o artigo “As 4 fases do ciclo de aprendizagem da PNL: O caminho para a EVOLUÇÃO”).


A partir daí, fez um pacto consigo mesmo: não iria responder àquele colega de trabalho no momento em que se sentisse afrontado pela empáfia dele. Percebeu que a arrogância de querer ter razão estava dentro dele também. Conta que foi um exercício desafiador: “O peito chegava a doer”, relatou. Aos poucos, aquela sensação foi diminuindo e aconteceu aquilo que ele julgou ser sua vitória plena: seu colega de trabalho passou a pedir suas opiniões em vez de impor as suas verdades.


Na sua infância, conta que teve brigas homéricas com seu irmão mais novo por se sentir desprezado por ele. Essa e outras situações que se repetiram em sua vida foram fazendo sentido a partir da mudança conquistada. Quando temos “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, podemos nos abrir para entender muitos de nossos comportamentos limitantes.

Dessa história, ficam duas lições fundamentais:


1ª) Se prestarmos atenção àquilo que nos incomoda e assumirmos a responsabilidade por esse incômodo, podemos encontrar maneiras de reprogramar esse comportamento. Note que meu amigo foi mudando ao longo de seus desafios, primeiro com a sua filha, depois com outras pessoas do seu convívio. O Universo sempre nos trará, pela “Lei da atração”, as pessoas e situações de que precisamos para a nossa evolução;


2ª) Nós podemos mudar as pessoas, sim, mas somente se mudarmos a nós mesmo em primeiro lugar. À medida que meu amigo mudou sua postura, seu colega de trabalho passou a agir de maneira mais construtiva em sua relação, já que o “Efeito espelho” se desfez. Não havia mais ressonância entre eles nesse aspecto. Por que eu iria querer provar que estou certo quando ninguém se opõe a mim?


Então, sugiro que faça uma lista das pessoas que o incomodam e comece a fazer pequenas mudanças em suas atitudes. São “upgrades” fundamentais para suas Partes. Não espere do outro. O Mestre de Nazaré já afirmara: “A quem muito foi dado, muito será pedido”, ou seja, quem tem mais consciência deve tomar a frente das mudanças num relacionamento desafiador. Então, mãos à obra!



 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

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