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Nós não somos vítimas


mulher se abraçando, amor próprio

Há uma frase que adoramos dizer: “Nada é por acaso”. As pessoas parecer concordar com a ideia de que há uma inteligência que rege todo esse sistema, não que elas achem que são controladas por ela, mas que o Universo funciona como um relógio suíço (apelando para uma comparação do nosso mundo material): todos os elementos que o compõem parecem estar em total harmonia, o que cria um equilíbrio constante entre eles, desde as partículas de luz até as estrelas, planetas e as galáxias.


Parece, no entanto, que isso não vale para nós, seres humanos, já que somos especialistas em reclamar e culpar a tudo e a todos. É nessas horas que nos colocamos como vítimas de algo ou alguém, e toda a ideia de harmonia universal é jogada no fundo da gaveta de nossas convicções e lá é esquecida, até que se torne conveniente retirá-la de seu compartimento secreto para justificar as coisas boas da vida. Isso é bastante valioso para nos vangloriarmos como merecedores das dádivas divinas.


E não é isso mesmo que acontece? Quando nos sentimos prejudicados, dizemos que alguém nos desrespeitou e ultrapassou nossos limites, que tudo não passou de uma atitude condenável de nosso agressor. Mas se algo bom ocorre, não é por acaso, pois, sim, somos merecedores desse venturoso prêmio e acreditamos piamente que isso é resultado de nossa evolução; então, atraímos isso para nós. Essa atitude conveniente me lembra a de alguns jogadores de futebol, que, quando vencem uma partida, agradecem a Deus; já quando perdem...


No ARTIGO 17, já abordara essa questão, mas gostaria de me aprofundar aqui na ideia da VITIMIZAÇÃO. Somos criados sob o pretexto de que o mundo é cruel e aniquila os mais fracos. A ideia de injustiça alimenta as Partes de nossa Mente que se julgam vítimas da crueldade do mundo. A mídia cria essa Matrix com a qual nos acostumamos, e nossa vontade de crescer e evoluir vai sendo consumida por essas noções limitantes. E o ciclo de injustiças se torna redundante e vicioso, já que somos levados a crer que “a vida é assim mesmo”.


Devemos nos lembrar de que tudo isso começa em nossa Mente. Enquanto crescemos, estamos sendo programados a crer na filosofia do medo. Esses programas passam por filtros mentais e vão sendo armazenados conforme a nossa predisposição em aceitar essas ideias. Em meu livro “Não seja bonzinho... e comerá a sobremesa” (E-book – Amazon), discuto como a família, a escola e a religião (em conluio com a mídia) reforçam essas ideias em nossa Mente, já que trazem um modelo centrado na obediência cega aos padrões de vida calcados no consumismo e na superficialidade.


Como não somos encorajados por esse sistema a nos posicionar, acabamos contribuindo para um mundo que sempre traz o mais do mesmo. Isso emperra nossa evolução mental e espiritual, porque não somos incentivados a buscar o autoconhecimento e vamos sendo engolidos por ideias impostas goela abaixo pelos telejornais e pela Web. E quando temos a oportunidade de emitirmos nossas opiniões num ambiente de liberdade como a internet, acabamos criando uma guerra em que ninguém vence, mas apenas reforça o clima de violência e injustiça que já paira no mundo real.


No entanto, sempre carregaremos a vontade de sair desse caos criado por nós mesmos. Se você conseguiu chegar a esse ponto do artigo, deve sentir-se “fora da caixinha” de vez em quando (ou na maioria do tempo), impelido a buscar respostas a respeito de nossa estada neste planeta. Eu não as tenho, apenas minhas próprias conclusões. O que posso afirmar a partir de minhas experiências e no contato com os meus clientes é que o autoconhecimento é a única forma de começar a tirar a cabeça para fora deste mundo vitimista para ver a realidade. Não se trata de querer mudar a Terra e seus habitantes, mas de viver da melhor maneira possível aqui. É a essência de estar no mundo sem pertencer ao mundo.


Se quiser investir em algo que de fato vai lhe trazer resultados reais na sua vida, passe a investir no autoconhecimento. Pôr em prática a frase simples — mas muito profunda — de que “Nada é por acaso” é saber reconhecer que, quando as coisas não estão indo bem, não há culpados nem vítimas, apenas consequências daquilo que construímos em nossa jornada. Entender o que se passa na nossa Mente é fundamental para alcançar esse objetivo, já que a atitude destrutiva de reclamar e julgar não nos leva à autonomia de sermos nós mesmos e alcançarmos a tão almejada felicidade.





 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

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