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O poder das boas perguntas

Atualizado: 17 de mar. de 2022


mulher se abraçando, amor próprio

No último artigo, discutimos aquilo que se costuma chamar “Zona de conforto”. Ali, sugeri algumas perguntas importantes para começar a remexer um pouco daquela “água parada”, ideias arraigadas em nossa Mente que produzem um ciclo vicioso de comportamentos limitantes. E é sempre bom lembrar-se de que não se pode colher resultados diferentes agindo-se sempre da mesma forma. Algo precisa ser feito para quebrar-se a rotina daquela Parte da Mente acostumada ao mais do mesmo.


Imagine que você come um bolo delicioso, pede a receita para a autora daquela maravilha e imagina surpreender os seus no próximo café da tarde. O resultado, porém, é um fracasso: o bolo vira um bloco maciço de farinha e água. Você usou ingredientes de qualidade, num forno de qualidade. Tenta de novo, dessa vez prestando atenção aos detalhes, mas o saldo foi só mais uma frustração. Em algum momento, depois de alguns fracassos, certamente, você fará a pergunta mais importante: “O que estou fazendo de errado?”.


Pode ser que, numa outra visita à dona da receita daquele delicioso bolo, observando o modo como ela procede, você perceba que não havia peneirado a farinha por julgar inútil (ah... nossa teimosia) ou aqueceu demais o leite quando a receita recomendara apenas amorná-lo. Preso às suas convicções, você fizera do seu jeito duas vezes e acabou não atingindo seu objetivo. Numa próxima oportunidade, deixou a preguiça — e as convicções — de lado e seguiu todos os procedimentos, direcionando suas ações para a solução de sua suposta dificuldade. Sucesso!


Na nossa vida, produzimos repetidamente resultados frustrantes, mas não paramos para nos questionar se o problema não está nos procedimentos, em se perguntar o que está errado no “modo de fazer”. Não é raro ouvir as pessoas fazerem queixas do tipo: “Meus relacionamentos nunca dão certo”; “Sempre procrastino no meu trabalho”; “É difícil começar a fazer alguma atividade física”. Talvez os ingredientes estejam, de fato, corretos, mas seu comportamento não permite que o bolo saia do jeito que você gostaria.


Quando começamos a nos questionar usando as perguntas corretas, estas passam a desafiar nosso modelo mental, nossa capacidade de pensar. As perguntas fazem com que pensemos e repensemos tudo aquilo em que acreditamos cegamente durante a nossa vida toda. Perguntas muito bem-feitas, portanto, geram um certo desconforto em nosso sistema mental, já que põem em xeque muitas das crenças que carregamos desde a mais tenra infância e contra as quais nunca nos opusemos.


Quando ousamos nos questionar, em geral fazemos as perguntas erradas. Tomemos um dos exemplos acima. Imaginemos uma pessoa que se queixa de que seus relacionamentos sempre fracassam. Ano após ano, ela vem se perguntando: “Por que não consigo ter um relacionamento saudável com alguém?”. Está aí uma maneira de perpetuar o problema. Quando usamos o “porquê” em uma pergunta desse tipo, levaremos nossa Mente a procurar as causas pelas quais os relacionamentos não dão certo.


E nossa Mente é especialista nisso. Ela vai escarafunchar todas as memórias dessa pessoa para explicar seu fracasso. Ela vai levá-la tão fundo, que chegará facilmente a problemas que se iniciaram lá na sua infância. Isso seria ótimo, se não ocorresse somente no plano mental subconsciente. O problema é que ela vai ficar somente com as sensações, os sentimentos e a falsa crença de que não nasceu para ser feliz. Isso a deixará num estado emocional lastimável e talvez ela demore um bom tempo para se recuperar. Além disso, notemos que a pessoa do nosso exemplo põe foco no problema, não na solução.


Então, qual seria uma saída mais viável? Que ela propusesse um questionamento de caráter mais construtivo, que focasse na solução do problema. Por exemplo, ela poderia perguntar-se:

“O que tenho feito que me impede de ter um bom relacionamento?”. Ela poderia chegar à conclusão de que costuma ser muito possessiva e acaba sufocando os parceiros, sente ciúme e acaba querendo controlar a relação. Neste momento, seria importante ela fazer o exercício de não se culpar, mas olhar para tudo isso com objetividade e sem julgamento. Ela poderia anotar essas impressões para trabalhar em cima delas.


Então, seria o momento de questionar-se: “O que posso fazer para melhorar a qualidade dos meus relacionamentos?”. Esta pergunta visa buscar uma solução para a dificuldade e direcionará sua Mente para o presente/futuro em busca de opções. Então, chega o momento de ela olhar com honestidade e amor para si mesma. Comportamentos, pensamentos e sentimentos precisarão ser alterados para se alcançar a mudança desejada. Dessa forma, é preciso que nosso buscador preste atenção ao modo como reagirá ao próximo relacionamento.


Em posse das informações do ESTADO ATUAL (como ela tem agido) ela precisará de RECURSOS para realizar a transformação e alcançar o ESTADO DESEJADO. Esse é só um exemplo, mas boas perguntas podem ser aplicadas a qualquer situação. Muitas vezes é importante sermos humildes e reconhecermos que não conseguiremos dar conta sozinhos. Procurar a ajuda de um terapeuta pode encurtar o caminho para a cura emocional.



 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

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