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O que atrasa não adianta


mulher se abraçando, amor próprio

O título acima é baseado num provérbio que diz: “Relógio que atrasa não adianta”. Um trocadilho inteligente que traz uma lição interessante. Tudo aquilo que não cumpre sua função principal básica é inútil. Lembro-me de que um aluno me perguntou numa aula de redação se era importante ter uma letra legível para escrever seu texto no vestibular. Não costumo ser rude com as pessoas, mas talvez não tenha conseguido me segurar dessa vez: “Para que serve uma letra ilegível?”, perguntei ao pobre rapaz.


E assim é com tudo aquilo que nos serve: perde sua utilidade quando não executa aquilo para o que foi criado. Você perderia seu tempo usando um carro que não o levasse para cima e para baixo, um fogão que não acendesse ou um violão sem cordas? Talvez servissem para outros fins, mas não seria muito inteligente insistirmos em empurrar um carro sem motor ladeira abaixo esperando que ele nos conduzisse ao nosso destino. Infelizmente, porém, insistimos em fazer isso na nossa vida.


Deparamos com problemas todos os dias com uma certa frequência. Há aqueles que conseguimos resolver, e outros que não. Eckhart Tolle, no livro “O poder do agora”, sugere que, diante dos obstáculos, você possui três opções: retirar-se da situação, mudar a situação ou aceitá-la totalmente. Se quer ser responsável por sua vida, deve escolher uma dessas três opções e aceitar as consequências dessa escolha. O grande desafio, nesse caso, é ter a sobriedade necessária para realizar a melhor escolha, já que nem sempre temos tanta lucidez nessas ocasiões.


Isso se deve ao fato de que, em geral, estaremos sob o domínio da Mente diante de eventos que nos tiram da zona de conforto. Os problemas têm uma função primordial na nossa evolução: desafiar-nos a mudar nossos comportamentos e a buscar ficarmos em paz apesar de tudo. E, se os problemas surgem, é porque nós os atraímos, porque vibramos nessa frequência conturbada. As adversidades da vida nada mais são que projeções de nossa Mente, da percepção que construímos dele em nossas experiências.


Se duas pessoas estão diante de uma situação, dificilmente terão a mesma visão dela. Podem até tecer opiniões opostas acerca da experiência. Uma chuva pode ser um caos para alguns agricultores e uma bênção para outros. A perda de um ente querido pode significar uma tragédia ou um alívio se houver sofrimento envolvido. Diante de todos os obstáculos que buscamos forças para superar, vamos nos fortalecendo emocionalmente, encontrando saídas diferentes. Mas também precisaremos entender que a vida segue.


Aqui, no entanto, devo lembrá-los daquelas dificuldades que, embora não tenham solução aparente, prendem-nos num ciclo de reclamações e gasto de energia vital desnecessários à busca pela tão almejada paz. Um problema só pode ser um problema se o virmos dessa forma, se permitirmos que nossa Mente, com sua visão restrita e egoísta, interprete-a de modo negativo. E acreditem: ela sabe fazer isso muito bem! A Mente nasceu para nos provocar essas sensações negativas, para nos sugerir que nossos problemas são os piores do mundo.


Imagine que você convive em sua casa com uma pessoa muito difícil. Sabemos que isso não é muito raro, não é mesmo? Essa pessoa tem atitudes que o irritam profundamente, que o fazem perder a vontade de estar no mesmo ambiente que ela. A maior questão é que você analisa sua situação e não acha soluções para ela. Você não pode mandá-la embora tampouco você pode sair dessa casa na atual circunstância em que se encontra. Depende disso para viver. Ou seja, você não pode retirar-se da situação nem mudá-la.


Resta-lhe, então, a possibilidade de aceitá-la. E aqui reside um dos maiores desafios por que nós, seres humanos, passamos nesta vida: entender que não adianta lutarmos contra algumas coisas. Parece injusto para nós, e não quero entrar no mérito da questão: “Por que tenho que viver nesta casa, com essa pessoa?” Se você acredita que NADA É POR ACASO, está na hora de compreender que tudo tem uma razão de ser, que O QUE ATRASA NÃO ADIANTA nossa evolução. Em vez de brigar com Deus, com as pessoas ou reclamar das circunstâncias, aceite, que dói menos!


Não estou dizendo que é fácil, mas está na hora de assumirmos a responsabilidade pela nossa jornada neste planeta. Se você não pode mudar uma situação, retirar-se dela ou aceitá-la, então sinto dizer a você que suas opções acabaram. Você vai viver nesse conflito interno e externo até que a dor possa mostrar-lhe uma saída. Mas ainda há o amor. Entenda que o outro também tem suas próprias razões, e isso torna injusto qualquer tipo de julgamento. Lembre-se sempre de que não podemos mudar o outro, mas a nós mesmos.


Ore, medite, faça Ho’oponopono, só não deixe que sua Mente escolha por você. Os resultados serão catastróficos em longo prazo. Vou reforçar que, se pulsar dentro de você a vontade da mudança e encontrar dificuldade, procure o diálogo com o seu desafeto. Se isso falhar, busque a ajuda de um profissional. Há sempre uma saída! Como diz um provérbio chinês: “Se o problema tem solução, não esquente a cabeça, porque tem solução. Se o problema não tem solução, não esquente a cabeça, porque não tem solução.”


 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

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