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O que é autoconhecimento

Atualizado: 12 de mai. de 2022


mulher se abraçando, amor próprio

Nunca a necessidade de exercitar-se o autoconhecimento foi tão importante quanto neste momento da nossa história. Todas as respostas que buscávamos responder foram se concentrando na ideia de que tudo começa e termina dentro de nós: “Quem somos?”, “Para onde vamos?”, “Qual a finalidade da nossa vida?” — só para ficar nos principais questionamentos — ainda são mistérios para a humanidade. Ao menos, estamos começando a entender que nunca encontraremos essas respostas do lado de fora.


O problema é que ainda existe uma grande nuvem de fumaça sobre a ideia do autoconhecimento. E isso se deve ao fato de que buscamos na razão aquilo que é da razão. Explico! Quando tentamos explicar quem somos a partir do ponto de vista da Mente, caímos num círculo vicioso, como um cachorro mordendo o próprio rabo. Os grandes obstáculos de nossa evolução nos são apresentados pela Mente. Então, é como um aluno que corrige a própria prova. Ele usará de seu conhecimento para atestar seu próprio conhecimento. Por conseguinte, não irá evoluir.


Há milhares de livros com ideias fantásticas para começar um processo de autoconhecimento, mas a sua grande maioria é baseada em experiências pessoais. Isso pode ser útil em alguma medida, é claro! Conheci muita gente que se identificou com essas ideias e acabou subindo alguns degraus em sua evolução. Mas é como um remédio: não funciona para todo o mundo. Mas por quê? Cada ser possui uma trajetória única de aprendizado! Isso explica o insucesso da educação formal em atender a todos os estudantes. Temos um tempo e um jeito só nosso de aprender.


Chamo de “aprendizado”, nesse caso, tudo aquilo que representa nossos pontos de vista a respeito do mundo. Assim como aprendemos a andar de bicicleta, aprendemos a ter medo de baratas. A PNL (Programação Neurolinguística) é definida como o ESTUDO DA EXPERIÊNCIA SUBJETIVA, o que significa que ela respeita essa individualidade inerente ao aprendizado. Portanto, vou recorrer a alguns pressupostos da PNL para demonstrar que continuamos “dando murros em ponta de faca” no processo do autoconhecimento porque se trata de uma busca pessoal e intransferível.


Quero lembrar-lhes algo que sempre abordo por aqui: como nossas memórias são formadas. Toda experiência de aprendizado tem aquela primeira vez (em geral na infância), aquele momento em que entramos em contato com uma situação mais ou menos desafiadora, dependendo do conhecimento prévio que temos para lidar com ela. Essa experiência vai servir como referência para todas as outras que trouxerem semelhança com ela no futuro, pois é nessa EXPERIÊNCIA DE REFERÊNCIA que programaremos nossas sensações, sentimentos e o pacote filosófico (a lógica a respeito daquela situação ou pessoa).


Quando essa programação acontece, a Mente separa uma PARTE dela para tomar conta dessa situação, uma subpersonalidade especialista naquele tipo de experiência. Essa PARTE será acionada sempre que você se deparar com uma situação igual ou semelhante àquela EXPERIÊNCIA DE REFERÊNCIA. Assim que você percebe essa situação, sua PARTE dispara aquelas mesmas sensações, sentimentos e ideias, como se você estivesse vivendo no passado, na primeira vez que deparou com esse desafio. Inconsciente disso, você se deixa levar por essas limitações e sofre diante do desafio.


Imagine que, na infância, você era caçula de uma família de muitos irmãos e nunca precisou se preocupar em resolver suas dificuldades, já que todos faziam isso por você. Uma PARTE de sua Mente destacada para lidar com dificuldades programou-se para evitá-las e transferir para outras pessoas esse trabalho. O tempo passou, você cresceu, e os problemas começaram a surgir. No momento em que surgiam obstáculos na escola, com os amigos, você esperava que alguém o socorresse, mas aquelas pessoas que o ajudavam não estavam mais lá. Você passou a se sentir incapaz de lidar com a vida e foi-se fechando com o tempo.


Esse exemplo mostra que o autoconhecimento não se resume a atribuir a nós mesmos adjetivos de cunho geral, algumas qualidades e defeitos. Nossa personagem não compreendia por que não atingia seus objetivos na vida, porque não tinha força para sair do marasmo, procrastinava essa busca sem entender que existe, em cada experiência, uma estrutura, que, se não for alterada, continuará gerando sempre os mesmos resultados. Com o tempo e as dificuldades, poderá tachar-se de preguiçosa, reafirmando o sentimento de incompetência que sua PARTE carrega desde a infância.


Ela pode dizer que se conhece, mas conhecer-se, de fato, é entrar em contato com esses sentimentos, entendendo que TODO COMPORTAMENTO TEM UMA INTENÇÃO POSITIVA. Sua PARTE não queria ter que encarar a vida sozinha, pois nunca havia sido estimulada a isso. As memórias dessa PARTE nunca irão desaparecer, mas é necessário trabalhar a baixa autoestima, os sentimentos limitantes que a impedem de crescer. Entrar em contato com esses sentimentos é a chave para começar a mudar a percepção que a PARTE tem do mundo que a cerca.


Se alguma limitação o impede de crescer em algum aspecto da vida, comece a prestar atenção às suas reações diante dessa experiência. Vá anotando os sentimentos, sensações e pensamentos oriundos daí. Há uma PARTE de sua Mente em conflito. Comece a fazer exercícios de meditação, de respiração ou de HO’OPONOPONO (abordei esse assunto num outro artigo). Comece a tirar o peso de sua PARTE. Exercite o autoperdão, dirigindo-se a esses sentimentos e aceitando-os. Só o fato de se reconhecer essa PARTE e voltar sua atenção a ela poderá lhe gerar um grande alívio.


Nunca é demais lembrar que, se estiver difícil, não é demérito algum buscar a ajuda de um profissional. É preciso encarar com honestidade suas limitações, sob o risco de continuar fazendo de conta que conhece a si mesmo.


 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

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