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O que esperar dos outros


mulher se abraçando, amor próprio


Vivemos sempre às voltas com nossa vida financeira, tirando daqui, pondo ali, pagando e recebendo, e esse fluxo é saudável e importante para garantirmos a nossa paz quando repousamos a cabeça no travesseiro no final do dia. Se nos desorganizamos, acabamos tendo de lidar com a falta, e recorremos a empréstimos, cartões de crédito. Fatalmente, vamos nos endividando cada vez mais com juros e correções e vivendo com aquela sensação de escassez e de dever não cumprido.


A preocupação passará a ser parte de nossas vidas já atribuladas, e nossa luta será correr para “tapar os buracos” deixados no caminho da nossa desorganização financeira. Isso não é nenhuma novidade para a grande maioria de nós. O mais importante para a nossa reflexão neste artigo é entender a matemática simples que está por trás dos problemas financeiros: se gastamos mais do que recebemos, vai ocorrer um desequilíbrio em nossas contas e teremos de tirar recursos de outro fonte que não da nossa própria.


O Universo e seus planetas também funciona assim, não é verdade? Há trilhões de planetas e sóis em perfeita harmonia, mantidos por forças incomensuráveis e poderosas, que até hoje deixam nossas cientistas intrigados. Nosso planeta também sempre buscará equilibrar-se, mesmo levando-se em conta o nosso descaso com a vida alheia. Há cadeias e mais cadeias de vidas que se interconectam através dos processos mais complexos e maravilhosos que nossos olhos possam contemplar, em pleno movimento na busca pela manutenção desses processos.


Se tudo caminha nessa busca constante, devemos nos perguntar: “E nós, como poderemos buscar o equilíbrio em nossas vidas, visto que também somos seres sistêmicos? A exemplo do Universo, de seus planetas e dos outros seres que os habitam, temos também o objetivo de nos manter equilibrados, mas nossa busca orbita em torno de encontrarmos a felicidade. Ao contrário dos outros sistemas, no entanto, parece que ainda não sabemos como fazê-lo intuitivamente e, ainda por cima, destruímos outros sistemas nessa busca desenfreada.


O ser humano passou por duas etapas importantes desde a época das cavernas. Primeiramente, buscava sobreviver a partir de seus instintos, como os outros animais de nosso planeta fazem. Matar ou morrer faziam parte da manutenção da vida. Depois, ganhamos um córtex pré-frontal (ainda não sabemos como) e desenvolvemos o raciocínio. Passamos a viver em função da nossa capacidade de pensar, construir coisas, plantar e cozinhar nossos alimentos. O problema é que ainda continuávamos a realizar toda a sorte de atentados contra a vida de modo geral.


Agora, vivemos um momento crucial da nossa evolução, em que precisamos buscar não só sobreviver, mas viver harmonicamente com o Planeta Azul e com todos os seus seres. Somos diferentes das outras espécies por sermos racionais, por termos a capacidade de analisar nossas ações; mas iguais em um aspecto: nosso sucesso evolutivo está condicionado à capacidade de interagir com os outros seres e trabalhar para que todos possam sair ganhando. E isso passa necessariamente por vivermos bem com nós mesmos.


Não somos (ou não deveríamos ser) mais seres instintivos que, na relação com o outro, agimos somente para satisfazer nosso egoísmo. Nossa Mente foi projetada para pensar somente nela. Aliás, são as Partes de nossa Mente que agem nesse momento, com uma visão egoísta e limitada da realidade. A intenção positiva delas é sobreviver — não querem saber se isso pode lhe trazer prejuízo ou não — porque assim foram programadas. Então, como seres racionais, a caminho de um fase mais espiritualizada, devemos trabalhar para que isso não ocorra.


Somos ainda muito carentes na relação com o outro porque nos deixamos levar por essas Partes da Mente, que — diga-se de passagem — nós mesmos criamos e negligenciamos. Por serem carentes e não terem desenvolvido um amor-próprio, elas sempre buscam a aprovação do outro na busca pela felicidade. E aí, como numa vida financeira mal administrada, queremos emprestar do outro esse amor. Só que isso é ilusório, pois esse amor nunca cobrirá sua conta negativa. Em algum momento, você precisará pagá-la; dessa forma, estará estabelecida a desarmonia nessa relação.


Como seres em processo de espiritualização, precisamos começar urgentemente um processo de autoconhecimento. Deveríamos aprender com os outros seres em fase de evolução inferior a viver em harmonia com o nosso sistema, mas nos lembrando de que não somos mais seres instintivos. Buscar fora a nossa paz, a nossa felicidade, sobretudo esperando de alguém, é provocar um desequilíbrio em nosso sistema e — num processo mais amplo — no Planeta e no Universo. Buscar o autoconhecimento, portanto, é um ato de amor universal.


Quando estiver se sentindo mal na relação com alguém, seja lá qual for o nível dessa relação, comece a perceber o que você busca no outro. Certamente, você espera que ele(a) o aprove, e isso acaba sobrecarregando a relação, muitas vezes até tornando-a tóxica para ambos. Somos seres racionais, portanto devemos usar essa capacidade para avaliar nossas reações diante dessas situações. Pare, pense e questione sua Mente: lá está a chave para administrar bem sua conta emocional e não negativá-la.


 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Hipnoterapia e Coaching de vida – é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, do Instituto Recomece. 
 

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