top of page

Seja um observador de si mesmo


mulher se abraçando, amor próprio

Viver não é uma tarefa fácil! É simples, mas não é fácil. Desde os mais remotos tempos, grandes mestres passaram pelo planeta e deixaram lições inestimáveis para a humanidade, nem sempre compreendidas pela grande maioria das pessoas. Depois de mais de dois mil anos de ensinamentos, ainda precisamos de “muletas” para nos sentirmos filhos de Deus, esse pai cruel e vingativo, muito mais do que muitos de nós, seres humanos, jamais seríamos com os nossos filhos.


Isso porque tratou-se de institucionalizar as lições dos mestres e transformá-las em dogmas, estratégia infalível para levar pessoas à dependência a partir do medo. Para alcançar o paraíso — o grande prêmio a quem se dobrou às regras inegociáveis impostas pelos dogmas — não é ser necessário ser uma boa pessoa, apenas seguir tais normas e se arrepender no final. Como afirma o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), a hegemonia ideológica é um meio de dominação segura.


Depois de tanto tempo, em pleno século XXI, esse cenário é mais comum do que podemos imaginar. São milhões de pessoas que não foram ensinadas a pensar, a questionar, apenas seguem a multidão. Dessa forma, temos uma massa crítica que não é sequer capaz de se responsabilizar pelos seus próprios atos. Vivem a filosofia do acaso e, por isso, veem-se como vítimas das circunstâncias, como se tudo fosse “sorte” ou “azar”.


Nesse ponto as religiões falharam — e muito! Conheço pessoas, assíduas frequentadoras de cultos religiosos, que, quando se viram em uma situação muito aterradora, só encontraram respostas do tipo: “Reze, que vai dar tudo certo!” (o que pode funcionar se feito com o coração, concordo) ou soluções do tipo: “Você tem que ter paciência!”. A pergunta que me surge agora é: “Como, exatamente, a pessoa pode ser mais paciente?” (ou qualquer coisa que precise para solucionar seu problema).


É preciso ter coragem para dar um passo adiante e sair da posição de submissão. É muito mais cômodo, sim, mas não leva ninguém para frente. Aliás, o conforto nunca leva ao progresso. O que mais impede as pessoas de dar esse passo é que, de alguma forma, terão de olhar para dentro de si mesmas — e talvez não gostem do que poderão ver. Precisamos encarar a verdade: somos invejosos, ciumentos, egoístas, vaidosos etc. Isso, só para citar alguns de nossos defeitos de caráter mais comuns.


Admitir que somos vulneráveis às vicissitudes da vida é fundamental para assumirmos a responsabilidade por nossa evolução. Nosso dia a dia não vai mudar, mas o modo como lidamos com ele, sim, pode ser mudado. Não importa qual seja nossa religião ou crença, não é lá que encontraremos a resposta aos nossos problemas. Podemos encontrar conforto, sim, mas não a solução. Esta está muito bem guardada dentro de nós, e pode ser mensurada na qualidade de nossa relação com as pessoas e com as situações com que deparamos no nosso cotidiano.


O primeiro grande passo para começarmos a trabalhar nossas limitações é começar a prestar atenção aos nossos pensamentos. A vida é o que é. Não dá para controlá-la. É necessário, então, trabalharmos para melhorar nossa relação com os obstáculos que ela nos apresenta. Comece a observar como sua Mente funciona nos momentos mais difíceis. Perceba as sensações que percorrem seu corpo e, a partir dessas informações, será possível notar padrões de comportamento.


Ser o observador de sua Mente o tira da posição de vítima e o coloca como agente de sua mudança. Por exemplo, se você costuma baixar a cabeça para um chefe, perceba como são suas reações diante dele e vá trabalhando para mudar seu comportamento. Quando for falar com ele, você pode respirar fundo, vigiar seus pensamentos e mudar sua postura (levantar a cabeça, por exemplo). Só o fato de pôr foco nessa mudança, cria possibilidades diversificadas de ações diante desse desafio. É sair da zona de conforto!


Se costuma se irritar com alguém, lembre-se de que o que o irrita está dentro de você. Há algo dessa pessoa que está refletindo no seu interior. Analise de que forma o modo como a pessoa agiu é uma ação sua também. E pode procurar, porque sempre é: fato! Isso explica por que uma mesma ação não causa a mesma reação em duas pessoas. Cada qual tem uma visão única da experiência. Se achar conveniente, vá anotando essas reações para encontrar um padrão nelas.


Perceba que a mudança está dentro nós. A sua fé pode ser uma grande aliada na mudança, mas ninguém poderá fazer por você aquilo que teve início dentro de você. Às vezes é preciso buscar ajuda de um terapeuta, o que não é demérito algum. Pelo contrário, aquele que vai em busca do autoconhecimento e tem coragem para encarar a si mesmo está caminhando a passos largos para a próxima etapa: Aprender a vivenciar o mundo interior.


Por isso, não me canso de repetir: BUSCAR O AUTOCONHECIMENTO NÃO É UM ATO DE AMOR VOLTADO SOMENTE PARA SI MESMO, MAS TAMBÉM PARA O PRÓXIMO!



 

Sobre o autor: 
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze, 
do Instituto Recomece. 
 

Siga o Instituto Recomece no Facebook e Instagram, para ter acesso a mais conteúdos como este.

4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page