A Física Quântica — mais especificamente pela lente do físico alemão Max Bohr — percebeu que um fóton (uma pequena partícula de luz) pode se comportar tanto como onda quanto como partícula. Concluiu também que um observador sempre vai interagir com uma partícula, modificando-lhe o comportamento. A busca pela compreensão do Universo nos mostra que, sem um observador inteligente, sequer existiria a realidade como a conhecemos. Ou seja, parece que estamos aqui para construir nossa realidade.
Isso demonstra que, apesar de insignificantes diante do Universo, somos gigantes quando fazemos nossas escolhas, pois estamos a todo o momento criando (ou cocriando). E cada uma dessas escolhas interfere no todo, nos seres que habitam este Universo e na nossa felicidade. Portanto, buscar nossa evolução é um ato de amor com cada partícula que compõe o todo, pois todas elas se beneficiam dessa expansão. Essa ideia de amor ainda nos parece bem longínqua, já que ainda vivemos instintivamente buscando pura e simplesmente nossa sobrevivência.
Mas essa noção trazida pela Física Quântica pode nos ajudar a ensaiar os primeiros passos para o autoconhecimento. Como interferimos na realidade à medida que depositamos nela nosso foco, podemos concluir que “onde está nossa atenção está nossa energia”. Temos, portanto, uma grande responsabilidade pelo que pensamos e pelas emoções que acompanham esses pensamentos. Por isso, nossa Mente está no centro de tantos estudos. É dela que surgem as ideias que nos guiam a todo o momento.
Imagine que você acorda pela manhã mal-humorado. Já profetiza um dia de tormentos e problemas no seu trabalho e dá uma bela topada no pé da cama. Solta uma palavra de baixo calão, que é ouvida pelos seus familiares. Quando entra no carro, atrasado como sempre, percebe que o tanque está na reserva, e o combustível é insuficiente para chegar ao seu destino. É uma sucessão de atitudes negativas, que não só acaba com o seu dia, mas com o dia de todos aqueles que o cercam.
Onde está concentrada sua energia? Em negativismos que se sucederam e foram criando outros e se espalhando como água que invade cada cantinho de uma casa. Se tomarmos emprestada a lição da Física Quântica, perceberemos que a interferência do nosso observador mal-humorado foi transformando a energia do ambiente de tal maneira, que contaminou todos aqueles que estavam nessa mesma frequência. Observe que não há um agente externo que tenha causado isso. A responsabilidade é toda daquele que “escolheu” criar essa realidade.
Perceba que o grande objetivo no momento em que se sente desconfortável é tirar o foco desses pensamentos e procurar sentir-se melhor para não dar continuidade a essa sensação desagradável. Não cabem dois pensamentos na sua cabeça ao mesmo tempo. Quando alguém ou algo o tira do eixo, busque alguma estratégia para limpar esse pensamento e pensar em outra coisa. Parece simples demais para ser verdade? E é! Quem disse que ser simples é fácil? Às vezes, gastamos tanto tempo fazendo cursos e estudando para descobrirmos que a vida é muito mais simples do que parece!
Por exemplo, você pode contar. Isso mesmo, contar de 1 a 10 ou continuar contando até se sentir mais leve. Quando contamos, usamos o lado esquerdo do cérebro responsável pelo raciocínio lógico, entende? Fugimos das emoções. Ou cante uma música na sua cabeça, lembre-se de uma situação feliz ou de algo engraçado. Se estiver muito difícil, assista a um filme divertido ou ligue para um desses amigos ou parentes animados: eles sempre têm algo interessante para lhe dizer.
É importante correr dos negativistas de plantão. Fuja de qualquer situação ou pessoa que o coloque “para baixo”. Evite também se perguntar por que aquilo está acontecendo com você. Os PORQUÊS são um prato cheio para a Mente encontrar mil razões para se sentir mal. Ela começa a buscar memórias mais próximas e, quando você menos espera, sem que você se dê conta, sente-se prestes a sucumbir, entregando-se às ilusões que sua Mente lhe propõe e continuará lhe propondo até que você decida agir.
Siga em frente, não pare, sequer olhe para trás. O momento é de encontrar-se. A busca pelo autoconhecimento é indispensável neste momento do planeta. Encarar com coragem e honestidade limitações emocionais como a citada acima é a única forma de aprender a lidar com elas. Parar e pensar em suas atitudes é ganhar um tempo para não cair nas armadilhas da Mente. Aliás, nunca é demais lembrar: se a cruz estiver pesada demais (não deveria ser), peça ajuda de um amigo ou procure um terapeuta. O orgulho pode custar caro nesses casos!
Sobre o autor:
Professor, Neuroeducador, Master Practitioner em PNL e Coaching de vida –é fundador, junto de sua esposa, Sílvia Reze,
do Instituto Recomece.
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